10 de setembro de 2011

Uma VD para nunca esquecer

Um dos trabalhos de uma agente comunitária de saúde (ACS) é fazer as visitas domiciliares (VD). Dentro da área que o posto atende cada agente recebe uma micro área pela qual é responsável e deve realizar as visitas. Nas VD’s as agentes mapeiam quantas pessoas moram em cada casa, quais os problemas de saúde que relatam ter como hipertensão, diabetes entre outros, quais os medicamentos que tomam e principalmente a visita tem uma função preventiva, com o intuito de conscientizar e esclarecer dúvidas.

Depois de explicar o que é uma VD vou contar uma história emocionante que eu e a outra autora deste blog, Thaíssa Vaz, vivemos. Numa quarta-feira de manhã saímos para acompanhar as visitas da Dinha, uma das 11 agentes do PSF de Nova Viçosa. Assim que saímos do posto o percurso nos chamou atenção pelos calçamentos precários e morros , muitos morros. Ao chegarmos na primeira casa quem abre a porta é a Sebastiana Sousa, moradora há mais de 20 anos do bairro. Ela nos recebe com um sorriso estampado no rosto e nos chama para entrar. Dinha faz então as perguntas de rotina. 



Depois tivemos um bate papo com a Dona Sebastiana. Perguntamos o que ela achava do trabalho da Dinha e ela respondeu:
É muito importante, porque se não fosse ela com quem poderia contar sempre que preciso? Ela é meu apoio, teve uma vez que meu marido tinha que ir no médico, mas não queria de jeito nenhum. Dinha com seu jeitinho cuidadoso conseguiu convencer o véio.
Dona Sebastiana começa então uma declaração inesperada para Dinha:
É Deus no céu e Dinha na Terra, eu amo ela demais e se ela deixasse de ser agente ela não poderia deixar de vir sempre na minha casa, como faz até hoje”.
Os olhos de Dinha se enchem de água e ela responde:
É muito bom ter o trabalho reconhecido e mais do que isso ter uma relação de confiança e amizade com as pessoas que nós visitamos. Dona Sebastiana também é muito importante para mim.
Nesta hora aparece na sala a neta de Dona Sebastiana, Dara Souza Ramalho de 15 anos. Quando perguntamos para ela sobre a agente a resposta é instantânea:
Dinha é um exemplo de mulher, ela é especial demais pra gente aqui”.
Conversa vai, conversa vem e Dona Sebastiana se sente agraciada com a nossa presença, disse que ganhou o dia com a visita e nos chama de filhas, o que também nos deixa muito emocionadas.
Chega a hora da despedida, mas Dona Sebastiana não queria que nós fôssemos embora de jeito nenhum, prometemos então voltar assim que possível.


É um fim de uma visita que nos marcou por todo o carinho de uma senhora tão simples e tão especial. Fica marcada também uma relação de confiança entre amoradora e a agente. Na verdade, a relação vai além destas determinações.

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